Ator, do interior de São Paulo e radicado no Rio de Janeiro, Felipe nos brinda com esse texto do que seria o Rio na visão de um paulista. Boa viagem!
Desde pequeno tendo acalentado o sonho de ser ator, e morando em uma cidade no interior de SP, onde o único exemplo de ser ator era fazer novela, o Rio de Janeiro na época de fazer faculdade se fez o lugar mais óbvio de morar.
Vindo morar num bairro da Zona Norte, mais exatamente na Ilha do Governador, o transportar-se já se fazia uma grande aventura, pois a faculdade era em um dos bairros mais populares e novelísticos do Rio, a Lagoa Rodrigo de Freitas, e sim, a maior dica que poderia dar como paulista do interior é: Atravessem o Túnel Rebouças, seja no sentido que for, pois na minha humilde opinião o que o Rio tem de mais lindo é o que mais criticam: Sua diferença, que se soma e se mistura tão harmoniosamente. Lembro até hoje a sensação de sair da Leopoldina, bairro no centro do Rio, e cruzar o Túnel Rebouças pela primeira vez, parecia um teletransporte para outro mundo, tamanha a diferença.
Foi nessa diferença que me apaixonei por esse Rio de Janeiro, aquele que não passava na Tv lá de Andradina (cidade onde me criei), e aí fui procurando cada vez mais seus contrastes. Como estudava em Ipanema, não pude deixar de me apaixonar pelo bairro, sua praia e pessoas tão alternativas e sorridentes, mas pra mim, ainda hoje, quando quero beber e ser feliz, meu lugar preferido ainda é a Lapa.
Falando em Lapa, dá uma olhada nesse post com 6 bares incríveis na Lapa.
Bairro situado no centro do Rio de Janeiro, a Lapa é o berço da boemia carioca, e se você busca entender e ver toda essa diferença, lá é o lugar certo, tendo de travestis lindas se insinuando a patricinhas e artistas, além de uma caipirinha maravilhosa, por um preço maravilhoso (na rua que eu chamo carinhosamente de Rua do Reggae, a que dá de frente pra escadaria Selarón).
Sempre busquei o menos popular no Rio, nunca fui em baile funk, nem nas boates e nights megalomaníacas, sou mais calmo, dos barzinhos e programas culturais, tendo nesse último setor dois lugares guardados no coração, o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), e o Theatro Municipal.
Se você curte museus, sugiro conferir esse post sobre Centro culturais e Museus no Rio.
Estudava aos sábados perto do CCBB e lá sempre tem algo pra se ver, seja no teatro, exposição ou cinema, a preços populares junto a uma arquitetura maravilhosa, que faz parte da arquitetura do centro antigo do Rio de Janeiro. E o Theatro Municipal é uma paixão a parte, lugar de se ir e subir as escadas devagar, vendo cada detalhe da arquitetura, lá até os banheiros são lindos, e pra quem pensa que é caro, tem o domingo à R$ 1,00 e a programação da hora do almoço uma vez ao mês à preço popular.
Agora, a parte mais estranha: não sou de praia, como não fui acostumado com elas, não faço questão daquele calor, da areia e lotação, mas vale a experiência, para dar aquela descarregada no mar e tomar o mate com limão. E como tenho medo de altura, também nunca fui no Cristo ou bondinho, me contentei em admirá-los de longe. Ma sim, as praias da Zona Sul são, na maior parte do tempo, aquilo que a TV vende – lindo, cheia de gente linda se exercitando, surfando, bebendo e sendo feliz. Confira aqui as mais belas praias do Rio de Janeiro.
Moro aqui há 10 anos e sei que tenho muito o que viver e experimentar nessa cidade, quero ainda viver a experiência de ir numa escola de samba, ver os ensaios para o carnaval… e falando nele, essa época do ano é um caso a parte, muito amor aos blocos de ruas (os mais tranquilos, nada daqueles com 2.000 pessoas), cada ano tem uma lista maior, com vários bairros e opções. Sim, essa cidade se dedica e vive para o carnaval, pegar ônibus pra ir aos blocos já é um começo de festa, tem que experimentar o Rio no carnaval, e depois de curtir os blocos, nada melhor que ir pra Lapa beber aquela caipirinha pra fechar a noite.
Confira esse guia gratuito com os melhores bares do Rio de Janeiro!
Hoje em dia ainda moro na Zona Norte, em outro bairro, no subúrbio, que é um Rio de Janeiro a parte, com seus bares com karaokê, suas quitandas de frutas e verduras em todas as esquinas, escolas de samba e pagodes que animam o fim de semana, mais uma diferença que me encanta, lugar que não tinha visto antes e por isso e outras que amo essa cidade. E peço que cada vez mais ela continue me surpreendendo com sua beleza na diferença.
Espero que tenham gostado! Se você tiver algo a acrescentar – qualquer ideia é bem vinda – por favor, comente abaixo.
