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Meu pecado é pensar, mas eu não peço perdão como Clarice Lispector pede no poema “Meu Deus” (Um Sopro de Vida: pulsações ).

Mas dá uma olhada só nesta história que vou te contar, vê se não faz sentido e se realmente não pode dar um CRUSH.

O Airbnb oferece quartos e apartamentos para locação, ou seja  o mesmo serviço básico de hotel e é super bem sucedido, tida como empresa disruptiva, virou verbo e etc e tal…e isso todo mundo sabe, porém, essa empresa vem expandindo suas fronteiras em muitas outras áreas do turismo, preste atenção. 

A princípio o Airbnb nos convidava fortemente como viajantes à “viver como um local” e como anfitriões a chamada era “você que tem um quarto a mais na sua casa que tal criar uma receita extra ?”, irresistível não é ?

Há 2 anos o Airbnb anunciou a chegada do Trips ao Brasil, trata-se de oferecer atividades como aulas, passeios, degustações e mais outras experiências e olha que, esse convite para você oferecer, não precisa  ser um profissional (se for melhor ainda) e pode ser executado pelo próprio anfitrião. Acredito que essa vertente tenha sido despertado na equipe do Airbnb através dos relatos dos hóspedes, muitos contam e agradecem as qualidades específicas de alguns anfitriões, afinal tem gente que nasce para cozinhar e  faz um determinado prato incrível, o outro faz trilhas e descobre lugares mágicos na sua cidade, outro vai todos os dias na praia fazer yoga e convida seus hóspedes para acompanhar e isso é puro, inspirado e autêntico.  

Novas gerações querem ser informadas e inspiradas por experiências reais, não por folhetos brilhantes cheios de imagens com photoshop que não refletem a realidade.”  

John A. Quelch & Katherine E. Joccz – “Livro Todos os negócios são locais”.

Isso é serviço que só um local pode atender, ou seja, você pode desenvolver um produto ou aprender uma atividade para atender a demanda que neste caso o Airbnb está direcionando  para sua cidade, isso pode fazer de qualquer pessoa que queira ou atue como profissional de turismo ser um parceiro de um grande player no mercado, isso é uma grande oportunidade. Essa pessoa pode ser o novo jeito de atuar como agente de viagem receptivo, começando com a minha casa como hospedaria, Esse novo “profissional de Turismo”, que de novo mesmo, não tem nada, é só uma nova maneira de se estabelecer no mundo que mudou e não pediu licença para ninguém e nem tem manual de uso para fazer download. 

Aluguel de Temporada e Agentes de Viagens nasceram um para o outro.

O Airbnb sabe que não poderá continuar crescendo só alugando propriedades, eles querem se envolver com a experiência de viagem inteira do cliente. 

Para crescer é preciso padronizar, e quando se é padrão pode-se ser  facilmente copiado, o que enfraquece seu lugar no mundo em um futuro muito próximo, só o pequeno pode se manter no personalizado ou até mesmo exclusivo o que eleva em muito o valor, pela possibilidade de ser escasso no sentido de  para poucos. 

Devemos lembrar que ao considerarmos essa oportunidade desenvolvemos mentalidade de nicho

Devemos lembrar que ao considerarmos essa oportunidade desenvolvemos mentalidade de nicho conforme nos demonstra o efeito Cauda Longa (Chris Anderson – autor do livro “Cauda longa – do mercado de massa para o mercado de nicho”.), que nos viabiliza a flexibilização entre oferta e demanda e graças à lógica dos mecanismos de buscas, que democratizou a distribuição de produtos e serviços.

Então, me vem uma coisa à cabeça, não será essa a nova terra prometida (que ninguém prometeu) para os profissionais ou não de turismo de hoje e de amanhã ?

“Não devemos esquecer que a maioria dos viajantes entre 20 e 30 anos nunca pôs os pés em uma agência de viagens física e nem imagina como era.”

John A. Quelch & Katherine E. Joccz – Livro Todos os negócios são locais.

A Agência de antes, agora é home-office, a informação está na rede, no Google, nos blogs e nas fotos dos amigos que compartilham, tudo é digital e móvel, o smartphone está aí para confirmar isso, e o negócio está na gente, na presença.

Por que c…. esse treco não iria pegar a nossa indústria? 

(retirado e editado do texto de André Foresti – “Voce já está demitido e não sabe” )

Ignorar essa evolução foi um grande erro que nós os agentes cometemos na época, perdemos tempo odiando as OTAs (Agências de viagens online), chegamos a achar que era desleal e o que estava acontecendo era só o NOVO, QUE SEMPRE VEM.

A exceção como regra

Claro que esse grande iceberg derretido atingiu menos ao segmento Corporativo do Turismo, porque esse é um segmento que além de reservas de hotéis e emissão de passagens, atende a outra dor que toda empresa grande com clientes no Brasil e no exterior tem que é a necessidade de  organizar, facilitar e economizar, assim tiram das grandes empresa o enorme custo de contratação e treinamento de um departamento inteiro.

Olha essa sequência de fatos dentro numa linha do tempo sobre o que aconteceu com os Hotéis.

Quando o Aluguel de temporada surgiu ele não criou muito problema com os hotéis, porque atuava fora dos grandes centros, porém com a chegada do Airbnb tornando essa prática mais urbana, criou-se 3 tempos:

1 – Disseram que não iriam se preocupar pois estava impactando os negócios e minimizaram a importância do setor

2 – Depois começaram a cobrar uma maior regulamentação e começaram a dizer que se tratava de uma concorrência desleal e até mesmo de ilegal (em algumas cidades).

3 – Agora lançam suas próprias marcas de aluguel de temporada, exemplo Marriott Homes.

Nota importante –  a receita total da Airbnb superou a da Hilton em 2018 e ultrapassará a Marriott em 2019.

 

Afinal o que podemos vender agora?

Essa é a grande pergunta. Cada um precisa olhar para seu redor, para suas capacidades, para sua geografia, costumes, talentos e experimentar e não deixar de compartilhar seus resultados bons e ruins, foi assim que o Aluguel de temporada surgiu como uma boa oportunidade para mim. 

O aluguel por temporada é um negócio que tem uma pluralidade em sua essência, porque te conecta a outras possibilidades, porque tanto você pode vender para o seu cliente de casa quando o mesmo for viajar como opção de hospedagem além do hotel e passar a ter essa alternativa de receita (comissão) para sua agência, como pode pensar em expandir seus negócios para esse segmento como distribuidor de imóveis para temporada da sua cidade  nos grandes canais, atraindo o cliente (Global) aquele nunca iria saber de você como agente de viagem se não fosse por esse novo produto (aluguel de temporada) e ainda ir além, oferecendo experiências na sua cidade que ninguém melhor que você (por ser local) saberia oferecer. Fica aqui essa idéia !

Veja bem, não sei se como sugeri no título, que o Aluguel de temporada e agentes de viagens nasceram um para o outro, mas que precisam perceber que juntos podem no mínimo ser parceiros, devem compartilhar boas idéias e ainda tem um grande potencial  para sacudir o mercado. 

E agora, vamos começar ?

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Aline
Aline
4 anos atrás

Excelente reflexão!

André
4 anos atrás

Excelente abordagem. Os agentes de viagens precisam aprender sobre a locação de temporada para atender a demanda que cresce nos seus clientes…

André Pereira da Silva
4 anos atrás

Este ‘parto’ está demorando um pouco no Brasil, mas as agências de viagens e a Locação de Casas por Temporada já nasceram um para o outro no mundo todo…

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