Booking, Decolar, Airbnb, Hotéis.com já resolveram os problemas das massas, atuam de forma global, facilitam os pagamentos e ainda atendem 24 horas em 41 idiomas. As passagens as próprias Cias. aéreas já disponibilizam aplicativos super eficientes com atendimento robótico, adiantamento de check in e etc e tal. Como citei em outro post (…..) as agências que atendem ao segmento corporativo resolveram o problema de organização e economia das grandes empresas.
O que ficou para nós, agentes de viagens, resolvermos e que só nós daríamos conta de resolver?
Primeiro eu sugiro que olhemos para a cidade em que vivemos, o que acontece lá ? E não acho que devemos olhar só para o que é ligado a turismo, mas olhar e perceber quais os empreendimentos que mais crescem na sua cidade. Pode ser um campo bom, que crie interesse para consultores, já que na era atual consultoria está em alta, estou aqui sugerindo assuntos na forma de brainstorm. Parece bobo, mas é um exercício para ampliar a percepção, afinal temos que dar conta da vida nova e sem melancolia.
Mas o que verdadeiramente me espanta e consequentemente me chama a atenção é que as marcas Globais, poderosas, com tecnologia de ponta, dominantes, só podem conseguir esse desempenho todo na nuvem, porque no solo, ou seja nas cidades, nos aeroportos, nas ruas, esquinas, restaurantes, estamos nós, os locais. E como estamos em maioria, podemos criar unidos um mercado que realmente pode rivalizar com as grandes marcas, porque elas só podem transitar informação, e nisso eles são bons, mas experiência local, quando o avião pousa e o cliente chega e ele precisa caminhar, aí a nuvem diminui o seu poder e precisa nos convidar a participar como complemento, como matéria prima viva e nos pagar bem por isso.
Em outras palavras, a parte de crescimento que mais pode acelerar seus negócios é a venda de produtos/serviços que não estão disponíveis nas grandes marcas globais mais sim no varejo, no físico, no local.
Já repararam que hoje tudo se ensina?
E não necessariamente ocorre em uma sala de aula tradicional. Pode ocorrer no campo. Pode ocorrer em viagens e experiências. Se sua cidade tem mar, aulas de surf nas praias com ondas, windsurf para as que não tem, aula de Yoga no nascer ou no por do sol, aulas de culinária local. O Brasil é muito rico em diversidade local, ou seja é fácil descobrir uma comida de uma determinada área e montar um workshop. Quando eu for a Salvador vou procurar um local para aprender a fazer acarajé e seus complementos, é isso que o Airbnb chama de experiência e já está vendendo.
Eu só posso falar da minha experiência
com aluguel de temporada. Isso era possível e estava no meu domínio, esse segmento me tornou parceiro dessas grandes marcas, eles precisam do imóvel que disponibilizo no site deles, porque eles não tem nada para vender se não tiver administrador local como eu para organizar tudo, encontrar com o hóspede para entregar as chaves e apresentar as funcionalidades daquela casa, e isso foi fruto da observação., Eles sabiam que precisavam de um produto para negociar,um lugar, uma importância, afinal o que é o Airbnb ou a Booking ? Distribuidores de informação, porque é só o que a nuvem pode conter.
O consumidor na era digital mudou
Por todos os motivos óbvios e aprendeu a interagir com produtos e serviços digitais, resultado consequente do novo comportamento que surge com as facilidades no uso dos aplicativos no nosso cotidiano. Mas até o instrumento para acessar os aplicativos requer manutenção, acaba, fica obsoleto ou simplesmente quebra, daí precisa de outro para substituir urgente, e quando isso acontece, você tem que ir a uma loja de shopping ou de rua, porque, você não pode esperar até um site te entregar. Isso imaginando que você tenha um computador em casa para ter acesso ao um e-commerce ou um outro meio de acessar a rede, pois tem pessoas que se o aparelho quebrar não conseguem nem chamar um táxi para ir a um shopping.
Tudo muda o tempo todo no mundo
já diz a canção, e agora entramos na era do verbo que nos faz Googlar, Ubertizar e por aí vai, desenvolvendo conexões emocionais fortes, agindo como facilitadoras de relacionamentos em constante estado de reinvenção, aprendizado e movimento. As empresas que já entenderam este panorama prosperam caminhando e progredindo lado a lado com seus fornecedores e clientes, unindo e interagindo com o lugar e com o não lugar. O maior de todos os exemplos é a Amazon e seu ecossistema de vendas que tem em Nova York seu maior sítio de experimentação. (se quiserem posso escrever sobre esse tema posteriormente em outro post )
E o que é importante neste processo?
A observação na jornada do consumidor, que é adepto das tecnologias digitais. Já sabemos que nós seres humanos somos inquietos e desejantes e queremos sempre ser levados para outros territórios, sermos surpreendidos e adoramos uma novidade.
Resumindo é verdade que, de um lado, o cenário econômico global está mudando e essa mudança nos trouxe problemas sérios não só para nós, os agentes de viagens, mas também para empresas de todos os tipos e em todos os segmentos. Mas, ao mesmo tempo, se conseguirmos ter clareza quanto aos riscos e oportunidades que esse cenário nos impõe, essas mesmas mudanças criam possibilidades que até bem pouco tempo atrás simplesmente não existiam.
E não podemos esquecer que saímos de um mundo de certezas absolutas, minha mãe tinha certeza de tudo e não importava o quanto eu descobrisse coisas e tentasse explicar para ela, tudo ela rebatia, acho que ela teria dificuldades enormes de entender o mundo de hoje e sobre como ele funciona. Porém hoje como não se tem certeza de quase nada ( tem até quem questiona o formato da Terra) aproveitemos disso, para se adaptar de maneira produtiva e de modo a aproveitar as oportunidades que toda incerteza traz e que sempre são muito mais significativas do que ameaçadoras – as empresas, os governos e os indivíduos terão que mudar seu modelo mental, adotando uma postura mais aberta e flexível.
